
Fúlvio,
universitário, ao final de uma noite de aulas, desentendeu-se com Mário, seu
professor. Passou a julgar-se vítima de perseguição e começou a
nutrir revolta e ressentimento em relação a ele. Esses sentimentos
aumentaram mês após mês, chegando a se transformar em ódio.
Começou a dar vazão ao desejo de vingança. Acordava à noite,
pensando em como se vingaria. Decidiu: espetaria um prego num dos pneus. Assim
fez numa noite chuvosa em que não havia testemunhas fora da Universidade.
Término da última aula daquela noite que infelicitaria o
professor. Já na estrada, Mário percebeu algo diferente com o carro, mas
resolveu seguir cerca de 3 km, onde pararia num posto. Nesse percurso, surgiu
um cão desnorteado. Segundo um motociclista que vinha atrás, Mário tentou
desviar, mas não conseguiu, atropelou o animal e o carro fugiu do controle. O
animal morreu instantaneamente e Mário capotou o automóvel. Despencou duma
ribanceira pedregosa, morrendo em consequência dos ferimentos.
Alguns alunos que gostavam de Mário foram ao velório e depois
relataram a Fúlvio a tristeza da esposa grávida e da filha de dez anos. Fúlvio
guardou o segredo consigo durante toda sua vida e o remorso não mais lhe deu
paz. Aos sessenta anos, procurou o túmulo de Mário. Levou uma flor com um
bilhete, o qual deixou aberto sobre o túmulo. Nele se lia: Perdoe-me professor
Mário! Lágrimas embaçavam-lhe os olhos.
Em relação a Fúlvio, podemos colher um ensinamento contido no
livro "Monte Tabor, do Dr. Inácio Ferreira/Carlos A. Baccelli":
(...) larvas mentais pululam nas mentes que se enfermam - e elas também se
reproduzem! O pensamento, sem dúvida, tem a capacidade de se fecundar - tanto
para o bem quanto para o mal! Uma ideia se acasala com outra ideia…
Tomemos cuidado com nossos pensamentos: crimes horríveis já foram
levados a efeito devido aos desejos enfermiços que dominam as mentes insanas.
Cuidar de nosso sentir, colocando calma no coração, será sempre o melhor
caminho a seguir.
Médiuns videntes costumam relatar que veem energias cinzentas
rodeando as cabeças de muitos que alimentam procedimentos prejudiciais.
Preferível orar e adoçar o verbo com o conselho de Chico Xavier:
esqueça o acusador; ele não conhece o seu caso desde o princípio. Perdoe ao
mau; a vida se encarregará dele.
Maria Nilceia - Via Mediúnica