Buda, naquele momento, sentia-se grato pela sabedoria adquirida.
Eis que chega um homem de aspecto triste. Aproximou-se de Buda, pediu um tempo
para expor seu problema e assim se expressou:
-Sou muito rico e dei valor para os meus bajuladores... Fui
desumano com alguém que certamente foi o meu melhor amigo. Ele partiu e deixou em minha alma um
arrependimento gigante por eu não ter valorizado sua amizade.
Buda perguntou:
-Quem foi essa pessoa?
O rico senhor respondeu:
-Foi um servidor que cuidou de mim desde os meus 12 anos e
certamente daria a vida por mim. Agora, o que chora em minha alma, é que nunca
disse a ele obrigado. Certa manhã, ele se aproximou de mim com a mão no peito,
dizendo:
-Senhor, estou me sentindo mal... me perdoe, hoje não
conseguirei trabalhar.
-Sem que desse tempo de socorrê-lo, ele caiu aos meus pés já sem vida. Notei que em sua mão direita havia um papel. Nele estava escrito: Senhor, acredite, tenho por vós muito respeito. Sinto que se aproxima o meu fim, porque tenho passado mal. Não quero partir sem expressar a minha gratidão. Muito obrigado por tudo!
A essa altura, o rico senhor chorava aos pés de Buda e dizia:
-Talvez vossas palavras possam me dar algum alívio.
Buda pensou algo que não poderia falar, porque só pioraria a
situação. Tentou amenizar o sofrimento do pobre homem dizendo:
-Filho... as melhores e mais sinceras amizades não estão nas
pessoas que dispensam falsos elogios, estão nas pessoas mais simples que talvez
tenham pouca expressão social e permanecem no anonimato. Com certeza, o fato
lhe serviu de lição. Vá em paz, seu servo está feliz e sabe do seu
arrependimento. No Mundo dos Espíritos, ele continuará sendo leal a você. A
partir de agora, preste mais atenção e viva com a alegria e a inocência de uma
criança feliz e bem conduzida.
Mais sereno, o homem agradeceu e se afastou lentamente.
Amados, reflitamos também na questão amizade.
Maria Nilceia - Mensagem mediúnica









